Seletor idioma

Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página

Projetos de Pesquisa

Publicado: Terça, 17 de Setembro de 2024, 11h58 | Última atualização em Quarta, 25 de Setembro de 2024, 14h39 | Acessos: 1243

Bem-vindo(a) à seção dedicada aos projetos de pesquisa dos docentes do Curso de Geologia da UFAM. Nossa equipe de professores está ativamente engajada em uma ampla variedade de estudos que abrangem diversas áreas das Geociências. Os projetos desenvolvidos no curso contribuem para o avanço do conhecimento científico e para a formação de profissionais qualificados, que desempenham um papel essencial na compreensão e preservação dos recursos naturais, no monitoramento ambiental e na aplicação de tecnologias geológicas.

Os projetos aqui listados são resultados de colaborações interinstitucionais e interdisciplinares, envolvendo parcerias com universidades nacionais e internacionais, órgãos governamentais e empresas do setor privado. Cada linha de pesquisa busca enfrentar desafios regionais e globais, com foco na Amazônia, em suas especificidades geológicas, e na aplicação de metodologias inovadoras.

Explore os projetos de pesquisa de nossos professores e conheça as áreas de investigação que impulsionam o desenvolvimento da Geologia no Brasil e no mundo.

Se interessou em algum projeto? Gostaria de participar, financiar ou fazer alguma parceria? Entre em contato com os coordenadores ou mande um email para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

Geodiversidade e Patrimônio Geológico

 

Plano de Ação da Geodiversidade como ferramenta para geoconservação e gestão sustentável na região amazônica: estudo em Presidente Figueiredo, AM (2023-2026)
O Plano de Ação da Geodiversidade (PAG) visa promover a geoconservação e a gestão sustentável da geodiversidade em Presidente Figueiredo, AM, integrando a preservação dos recursos naturais ao desenvolvimento local. O PAG propõe um diagnóstico participativo, envolvendo pesquisadores e a comunidade local, para definir ações e metas de gestão, comunicação e educação, alinhando conservação e desenvolvimento sustentável.

Potencial geoturístico do parque nacional de anavilhanas (AM) e entorno: subsídio ao uso sustentável do meio natural (2020-2024)
O estudo propõe o uso do geoturismo no Parque Nacional de Anavilhanas (PNA) para integrar a geodiversidade à conservação e ao uso sustentável, complementando a ênfase tradicional na biodiversidade. Através do diagnóstico geológico e de estratégias educativas, busca-se promover a valorização da paisagem e gerar alternativas de renda para as comunidades locais, fortalecendo a conservação do bioma amazônico.

Entre Pedras e Mergulhos (2021 – 2025)


Proposta do PPGGEO para integrar a proposta da UFAM ao Edital CAPES 013/2020. Visa desenvolver pesquisas com tecnologia de forma sustentável na área de geociências e elevar a formação de recursos humanos, fortalecer e consolidar conhecimento científico para melhorar a qualidade de vida dos povos que vivem na Amazônia.

Pelos Caminhos da Canoa da Transformação ao Etnogeoturismo em São Gabriel da Cachoeira – AM (2020-2023)
O projeto busca promover o etnogeoturismo em São Gabriel da Cachoeira (AM) por meio do inventário do patrimônio etnogeológico e da interação com comunidades indígenas. Ele visa reconhecer as tradições locais e melhorar o turismo na região, criando oportunidades em áreas indígenas.

Quer saber mais sobre geodiversidade na Amazônia? Acesse aqui e aqui. Todos os projetos acima são coordenados pelo prof. Raimundo Humberto.

 

Geologia Sedimentar

 

Contribuição ao Conhecimento Geológico, Arqueológico e Biológico do Arquipelago do Mariuá, Médio Rio Negro-AM (2021-2023)

Este projeto visa definir parâmetros geológicos-geomorfológicos sobre o desenvolvimento do Arquipélago de Mariuá, por meio da análise de produtos de sensores remotos e dados sedimentológicos, geocronológicos, geoquímicos, mineralógicos e arqueológicos das unidades sedimentares mapeadas, além de dados biológicos de trechos do arquipélago. Os dados obtidos poderão dar suporte às políticas públicas de monitoramento ambiental, como a criação de unidades de conservação, o reconhecimento de terras indígenas, a identificação e resolução de conflitos e o zoneamento, a fim de garantir o uso sustentável dos recursos naturais desta porção da Bacia do Rio Negro.

Datação Por Luminêscencia Ópticamente Estimulada (Loe) E Técnicas Análiticas Aplicadas À Bacia Do Médio Rio Negro, Amazônia: Implicações Sobre A Dinâmica Fluvial, Sedimentação, Modificações Da Paisagem E Ictiofauna (2024-2026)

Os estudos sobre a dinâmica fluvial quaternária na Bacia do Rio Negro ainda sãoescassos, apesar de ele abrigar os dois maiores arquipélagos fluviais do mundo, oAnavilhanas e o Mariuá. O arquipélago de Anavilhanas tem sido estudado desde 2010,contudo poucos estudos foram efetuados no arquipélago de Mariuá. Ele possui registrosdos principais processos sedimentares, climáticos e tectônicos. Além disso, registrospaleoclimáticos, associados aos campos de paleodunas, localizados no sítio, podemajudar a definir intervalos temporais de mudança climática.A expressiva largura do Rio Negro no arquipélago de Mariuá pode ter um efeito debarreira a certas espécies, principalmente de peixes de pequeno porte em tributários. Ainvestigação dos tipos de depósitos sedimentares fluviais e eólicos corroborados com oestudo da especiação das espécies ao longo do tempo, através de análise biológica deDNA, fornecerão dados para a modelagem da dinâmica do Rio Negro e tributários e,consequentemente, nos estudos das mudanças na paisagem no pretérito.O local escolhido para o presente projeto será a região do Médio Rio Negro, ondelocaliza-se o Arquipélago de Mariuá. O foco geocronológico será voltado aos depósitosaluvionares e às paleodunas depositadas neste trecho do Rio Negro, bem como o efeitona biota endêmica. Desta forma, com a determinação das Idades de deposição desedimentos, dinâmica fluvial, modelos deposicionais poderão ser elaborados e aplicadostambém no entendimento da evolução das populações de peixes. A região contém váriasformações sedimentares antigas como a do Viruá e dunas eólicas com Idades superioresao limite de datação pelo protocolo convencional SAR, desta forma um dos focosprincipais deste projeto será encontrar um protocolo que possa estender o limitesuperior de Idades. Além da geocronologia e da análise biológica, estão previstas autilização de técnicas variadas de forma integrada, como Análise por Ativação deNêutrons Instrumental (INAA), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Difraçãode Raios-X (DRX) e Análise Sedimentológica-Estratigráfica. Esses resultados irãoajudar nos estudos de proveniência sedimentar e do suprimento dos sedimentos emáreas alagadas, que reciclam o ecossistema da região. Adicionando os dados geocronológicos teremos condições de elaboração de modelos evolutivos deposicionais para a região no Quaternário. O conhecimento da dinâmica fluvial trará subíidios para pesquisas futuras envolvendo a biota Amazônica, propondo modelos para estudos evolutivos e biogeográficos.


Projetos coordenados pelo prof. Emílio Amaral

 

Petrologia, Geoquímica e Geocronologia

 

Petrogênese e Geotectônica do magmatismo Vulcano-plutônico Paleo-Mesoproterozoico da Província Rio Negro-Juruena, sudoeste do Cratón Amazônico: Implicações para a reconstrução paleotectônica de supercontinentes (2023-2025)

Considerando a conexão Laurentia-Báltica-Amazônia (modelo SAMBA), a Província Rio Negro -Juruena (PRNJ) é uma área chave para correlação e reconstrução paleogeográfica dos supercontinentes ao longo do tempo. Esse projeto busca delimitar as idades de cristalização e dos eventos deformacionais, e a petrogênese do vulcanismo-plutonismo da PRNJ para compreender os processos tectonomagmáticos pré-cambrianos e com isso elucidar o conhecimento científico não apenas da região, mas em escala global.

 

How were mountain ranges formed in Amazonia 2 billion years ago, and how were they related to a single large landmass? (2024-2028)

Project supported by Instituto Serrapilheira. Various techniques have been used to constrain supercontinent reconstructions, including matching coeval mountain belts, matching conjugate rift sequences, and paleomagnetic comparisons. Despite the increasing number of works on the Amazonian Craton, the evolution of the terrain that constitutes it remains obscure. This scenario means that all paleogeographical models proposed to place Amazonia in the Precambrian are speculative. This project aims to investigate the geological events that happened between 2.1-1.5 Ga in specific regions of the Amazonia, including the Tapajos-Parima, Rio Negro, and Rondonia-Juruena Provinces, to state if the Amazonian Craton was linked to Baltica during the existence of the Columbia Supercontinent and develop a comprehensive Geochrono-Chemico-Paleogeographical model for this Supercontinent. Curious? Click here to know more.

Projetos coordenados pela profa. Mayara Fraeda.

 

Hidrologia e Hidrogeologia

 
Rio Negro TAR (Tempo, Água e Rocha) (2018-Atual)

O projeto visa consolidar o PPG-GEO (Ufam), com o apoio dos PPGs: Cliamb(INPA/UEA) e GEO-Geoq.(UFF) direcionando ações de pesquisa na busca de respostas sobre: Como, ao longo do tempo geológico, água e rocha vêm interagindo no processo de formação e funcionamento da bacia hidrográfica do Rio Negro?

 
 
HIDROGEOS-NEGRO
 
Contribuições do sensoriamento remoto no monitoramento dos recursos hídricos no parque nacional de Anavilhanas e região a montante (rio Negro e rio Branco). A pesquisa tem como objetivo geral caracterizar a hidrologia do Arquipélago de Anavilhanas em relação às contribuições do Rio Negro (AM) e do Rio Branco (RR) por meio de dados de campo e de sensoriamento remoto.
 

 HIdramSat - Hidrologia da Amazônia por Satélite (2017-2020)

A HIDRologia da Amazônia por Satélite pretende desenvolver trabalhos de pesquisa de calibração e validação, bem como testar modelos, a partir de dados de vazão obtidos por satélites observacionais. Tecnologia nova no escopo da realidade brasileira, ainda carece de dados in situ, mesmo nos EUA, onde já se encontra em caráter quase operacional, para que os dados que hoje se encontram disponibilizados em plataforma do Dartmouth Flood Observatory (DFO) possam ser efetivamente utilizados em trabalhos de monitoramento de eventos extremos e no estabelecimento de políticas de gerenciamento de recursos hídricos. A proposta é apresentada para ser executada na Amazônia, que se presta bem para tal missão, uma vez que os protocolos de obtenção de dados são mais eficientes em se tratando de grandes corpos d?água. Neste sentido, a equipe do Laboratório de Potamologia Amazônica (LAPA) do Dept. De Geografia da Universidade Federal do Amazonas junto com membros do Grupo de Pesquisas H2A (Hidrossistemas e o Homem na Amazônia), desenvolveu a presente proposta em colaboração com o Dr. Albert Kettner diretor do DFO e pesquisador Sênior da Universidade do Colorado em Boulder, Estados Unidos. A proposta pretende interagir com parceiros e potenciais usuários como o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto Francês de Pesquisas para o Desenvolvimento (IRD) com quem a UFAM já vem desenvolvendo trabalhos nesta mesma linha, através do Serviço de Observações HYBAM (www.ore-hybam.org), porém agora trazendo a possibilidade de ter pela primeira vez dados de vazão obtidos diretamente de satélites e não mais de forma indireta como até o momento vem se desenvolvendo na colaboração com os parceiros já citados.

 OTCA - GEF : Plataforma Regional Integrada sobre a GIRH na Bacia Amazônica (2023- atual)

Apoiar o desenvolvimento e a implementação do sistema integrado de monitoramento dos recursos hídricos para a Região Amazônica no contexto do Programa de Ações Estratégicas - PAE da OTCA.

 

 Projetos acima coordenados e com participação do prof. Naziano Filizola

 

Nexo Rio-Aquífero-Precipitação e Cenários Futuros dos Processos Hidrológicos: Estudos de Caso em Manaus e Novo Airão/AM (2023-atual)

O equilíbrio e a sustentabilidade de um ecossistema dentro de uma bacia hidrográfica são suportados pela qualidade e disponibilidade hídrica conferida por rios e aquíferos, que são compartimentos terrestres muitas vezes hidraulicamente conectados. Entender essa relação é fundamental para detectar mudanças no regime de fluxo das águas, que podem ser induzidas direta ou indiretamente pelas pressões antrópicas e/ou mudanças climáticas. A forma de identificar a correlação depende da escala de trabalho. Grandes bacias hidrográficas são complexas e, na Amazônia, a influência de lagos e áreas alagáveis dificulta ainda mais a tarefa. O monitoramento hidrológico/ hidrogeológico em bacias hidrográficas em áreas naturais e antropizadas auxilia no entendimento da conexão desses processos. Sabe-se que as bacias hidrográficas urbanas na Amazônia estão expostas às contaminações e degradações antrópicas, seja de cunho doméstico ou industrial, principalmente pela quase inexistência de saneamento básico e do crescimento populacional desordenado nos centros urbanos da região. Os efeitos das pressões às quais as bacias estão submetidas impactam as sociedades inseridas em sua área de abrangência em diferentes graus. Os estudos comparativos em bacias hidrográficas naturais e urbanizadas, de maior e menor porte, auxiliam na interpretação de fenômenos mais complexos em diferentes escalas de tempo e espaço, daí a necessidade e importância de estudá-las de forma concomitante. A integração dos componentes dos processos hidrológicos é possível por meio da modelagem hidrológica, que visa representar a realidade e propor cenários que auxiliem gestores e a população. Para esta pesquisa, pretende-se avaliar a conexão aquífero-rio-precipitação a partir de monitoramento e modelagem hidrológica, para gerar produtos de conhecimento dos processos hidrológicos existentes na Bacia Hidrográfica do Educandos (BHE), urbana de pequeno porte dentro do município de Manaus/AM, e comparar a processos em macro escala no rio Negro, no município de Novo Airão/AM. Pretende-se gerar cenários de potenciais impactos do crescimento urbano, modificações do uso do solo e mudanças climáticas na modelagem hidrológica para a BHE, comparando os resultados com um modelo conceitual de aquífero e balanço hídrico no trecho monitorado do rio Negro.

 

Hidrocon: como aquíferos, rios e chuva interagem nas bacias sedimentares do Acre, Amazonas e Marajó (2023-atual)

Em regiões de florestas tropicais críticas para a estabilidade climática global, como a Amazônia, vastas regiões possuem aquíferos freáticos com níveis de água rasos, mantendo umidade disponível para plantas na camada de solo. As formações geológicas aflorantes nas grandes bacias sedimentares amazônicas, Marajó, Amazonas, Solimões e Acre, abrigam um dos maiores sistemas aquíferos do mundo, com estimativas aproximadas de área de 2 milhões de km2 apenas para o Brasil (WAHNFRIED; SOARES, 2012), chegando a 4 milhões de km2, quando considerados os países vizinhos Bolívia, Peru , Equador, Colômbia e Venezuela (UNESCO, 2007). O fato de serem aquíferos de porosidade primária amplamente distribuídos em região com clima tropical úmido e de monções gera os níveis de água rasos, e os torna tabém facilmente acessíveis às populações que habitam toda a região. Dados do sistema de abastecimento público da Agência Nacional de Águas (ANA, 2021) demonstram a importância que os mananciais subterrâneos assumem, apesar da abundância de água superficial. Dos 450 municípios existentes na região norte, 57 usam exclusivamente poços em seus sistemas públicos de abastecimento públicos, e 13 utilizam sistemas mistos, totalizando 70. A maior proporção ocorre no Estado do Pará, onde 73 das sedes municipais (106 de 144) usam exclusivamente o recurso hídrico subterrâneo, seguido do Amazonas, com 71 (44 de 62 municípios).A compreensão de como se comporta o ciclo hidrológico, e quais consequências ele causa, não se restringe à superfície e subsuperfície rasa. A relação entre camadas transmissivas mais profundas, que podem atuar como aquíferos confinados ou semiconfinados, também é um tema importante. A qualidade da água, salinidade e idade em camadas com mais de 200 m de profundidade não são conhecidas, e a possibilidade de fluxo regional ascendente versus fluxo descendente é um tema em aberto. Avaliações recentes usando datação isotópica e hidroquímica indicam a existência de fluxo ascendente de água da Formação Nova Olinda para a metade inferior do Aquífero Alter do Chão em Manacapuru e Iranduba, a oeste de Manaus (Pita et al., 2018), contrastando com a parte superior, não confinada, onde ocorre a rápida circulação da água. Ambos podem ocorrer, dependendo das condições hidráulicas e hidrogeológicas, mas ainda não se sabe quais são essas condições. Em uma escala ainda maior, Pimentel e Hamza (2014) defendem que existe fluxo descendente profundo de água subterrânea em todas as bacias sedimentares amazônicas, 4 km em alguns casos, e que gera fluxo de oeste para leste, em direção ao oceano Atlântico.O objetivo geral do presente projeto é investigar e quantificar a correlação entre água subterrânea e superficial em três locais, distribuídos nas bacias sedimentares amazônicas do Acre, Amazonas e Marajó.

 

Inter-hidro: Interações hidrológicas entre aquíferos, rios e chuva em bacias sedimentares amazônicas (2023-atual)

O predomínio do nível de água raso em aquíferos de ampla distribuição territorial gera características específicas na Amazônia. A recarga dos aquíferos é gerada predominantemente pela precipitação pluviométrica, fazendo com que aquíferos forneçam água para rios, nascentes e lagoas, mas também pode ocorrer pela inundação de áreas alagáveis, o que reverteria a direção do fluxo de água. Considerando somente a recarga oriunda da precipitação, na Amazônia central, já é maior do que em outras regiões do país (Brito et al, 2021). Além disso, a distribuição, produtividade de biomassa e resiliência a eventos extremos da flora é influenciada pela profundidade do nível da água subterrânea (Schietti et al., 2014; Sousa et al. ,2022; Costa et al., 2023). Nascentes, igarapés e cursos de água maiores são pouco afetados por períodos normais de estiagem por períodos por conta da manutenção do fluxo de base oriundo dos aquíferos, mas anomalias climáticas ou anos com eventos de seca extrema afetam o sistema, podendo causar efeitos memória nos anos seguintes (Tomasella et al., 2008; Brito et al., 2021). O desmatamento diminui a recarga de aquíferos e aumenta o fluxo superficial (Neill et al., 2011). O sistema de circulação subterrânea rasa de água é pouco compreendido, ainda que influencie de forma significativa os fluxos globais de carbono, água e energia que podem desempenhar um papel imprevisto nas mudanças climáticas (Costa et al., 2023). No presente projeto será investigada a correlação variável entre água subterrânea e superficial em três pontos distribuídos nas bacias sedimentares do Acre, do Amazonas e do Marajó. Serão usados o monitoramento do nível de água de aquíferos freáticos, rios e precipitação, integrados com hidroquímica e isótopos estáveis da água, para determinar a relação entre as porções superficial e subterrânea do ciclo hidrológico. O projeto contará com a sinergia de dois outros projetos de pesquisa em execução, para poder atingir seu objetivo.

 

Partilha da água e resiliência de um sistema soocioecológico único na Volta Grande do Xingu (2023-atual)

O sistema socioecológico da Volta Grande do Xingu é formado por ecossistema de floresta sazonalmente alagável (igapó), ecossistema aquático de corredeiras e comunidades ribeirinhas e indígenas, incluindo as TIs Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu. Este sistema é único e encontra-se em risco de colapso devido às condições de seca severa impostas pela transposição das águas do rio Xingu para geração hidrelétrica (UHE Belo Monte). Esta condição de restrição hídrica também emula efeitos da mudança climática nas florestas aluviais dos grandes rios de água clara (Tapajós, Xingu e Tocantins) da Amazônia. Assim, a meta do projeto é a busca de alternativas resilientes e sustentáveis para a manutenção do sistema socioecológico da Volta Grande do Xingu, com a troca de conhecimentos e formação de pesquisadores/monitores locais. Para isto, será realizada a caracterização espaço-temporal do meio físico, da disponibilidade hídrica e de grupos biológicos específicos (plantas, aves, quelônios, peixes e macroinvertebrados aquáticos). Devido a elevada heterogeneidade e a sazonalidade do sistema socioecológico da Volta Grande, esta meta só será alcançada por meio de pesquisa colaborativa entre as comunidades indígenas e ribeirinhas da Volta Grande e equipe multidisciplinar de pesquisadores.

 

Projeto de Perfuração Transamazônica: origem e evolução das florestas, clima e hidrologia dos trópicos da América do Sul (2023-atual)

O bioma amazônico abriga a maior diversidade de espécies da Terra e constitui importante elemento do ciclo do carbono, com capacidade para influenciar o clima global. A floresta amazônica é crucial para a produção e distribuição da umidade atmosférica na América do Sul, além de sustentar a maior bacia hidrográfica do mundo, a qual conecta as montanhas andinas com o oceano Atlântico equatorial. A evolução geológica, climática e biológica da Amazônia representa um dos grandes temas da Ciência contemporânea, pois é fundamental para compreender a origem da biodiversidade tropical e os efeitos das mudanças climáticas e da evolução da paisagem física sobre a biota, tanto em relação às mudanças ocorridas no passado quanto às projetadas para o futuro. Destaca-se ainda que durante o Mesozoico, a região amazônica integrou a Província Magmática do Atlântico Central (PMAC), um dos maiores eventos magmáticos já ocorridos na Terra, o qual teria impactado a composição da atmosfera e induzido a extinção biótica em massa do limite Triássico/Jurássico. A história da Amazônia e sua relevância global motivam o "Trans-Amazon Drilling Project" (TADP, Projeto de Perfuração Transamzônica), iniciativa internacional de pesquisa que visa responder às seguintes questões: (1) Como a história climática e geológica do Cenozoico, incluindo o soerguimento dos Andes, a formação do rio Amazonas e a expansão do oceano Atlântico influenciaram a origem da floresta amazônica e sua biodiversidade incomparável? (2) Qual a origem do complexo de sils da PMAC na Amazônia e como isto afetou a composição da atmosfera e os processos que levaram à extinção em massa do limite Triássico/Jurássico? Estas questões podem ser respondidas somente por meio de perfurações para acessar a história cenozoica da Amazônia registrada em sedimentos de áreas continentais e oceânicas, assim como os sils da PMAC e suas rochas sedimentares encaixantes. O TADP representa o mais amplo programa de pesquisa já organizado para estudar a origem e evolução da Amazônia. O TADP é planejado e executado no âmbito do International Continental Scientific Drilling Program (ICDP), abrange pesquisadores de 12 países e visa a realização de perfurações para coleta de testemunhos de sedimentos e rochas em localidades ao longo de um perfil entre o foreland andino e a margem atlântica, que representará cerca de 10% da circunferência terrestre equatorial. Ao longo desta seção equatorial, serão amostrados de forma inédita e sistemática: (1) o registro estratigráfico do Cenozoico, que compreende sucessões sedimentares com 370 a 2000 m de espessura nas localidades selecionadas para perfuração (bacias do Acre, Solimões, Amazonas e Marajó), e (2) as rochas magmáticas da PMAC e rochas sedimentares hospedeiras, subjacentes às sequências cenozoicas em grande parte da Amazônia brasileira. Esta será a primeira vez que os estratos sedimentares do Cenozoico da Amazônia serão perfurados e amostrados de forma contínua por meio de testemunhos para propósitos científicos. Este projeto permitirá a realização de análises sistemáticas da história geológica e climática da Amazônia desde o início do Cenozoico, período considerado chave para entender a iniciação e consolidação da flora.

Quer saber mais sobre o projeto? Acesse aqui.

 

Biogeochemical cycling of redox-sensitive elements in Amazonian floodplains: unraveling the link between the chemical quality of groundwater resources and the carbon cycle (2018-atual)

The goal of this research project is to investigate coupled biogeochemical-hydrological processes that control the chemical quality of groundwater resources, ecosystem services and human health in Amazonian floodplains. This project focuses on the biogeochemical cycling of redox-sensitive metals/metalloids like arsenic (As), manganese (Mn) and iron (Fe) in várzea floodplains and associated water bodies within lowland regions of the Amazon Basin. The hypothesis guiding this research is that changes in organic carbon fluxes and chemistry related to river dynamics drive microbial and geochemical processes that cause the release of contaminants into groundwater from the alluvial sediments. The Amazon floodplain is a dynamic system where the exchange of water, carbon, trace elements and gases depends on hydrological connectivity between the river, floodplain and groundwater. A critical emerging issue in the management of water resources, tropical forests and livelihood of local communities regards chemical water quality, which can be impaired by redox-sensitive elements such as As and Mn. Furthermore, water quality issues are compounded by global climate change, since warming can cause shifts in aerobic and/or anaerobic microbial process that drive carbon, metal and contaminant dynamics.

 

Perspectivas pretéritas sobre limiares críticos do sistema climático: a floresta Amazônica e a célula de revolvimento meridional do Atlântico (PPTEAM) (2019-atual)

Sinergias negativas entre mudanças climáticas e desmatamento podem induzir a floresta amazônica a transpor um limiar crítico que resulte na substituição em larga escala da floresta tropical por ecossistemas não-florestais. No entanto, as incertezas associadas a essa substituição são grandes e estão, pelo menos em parte, relacionadas a outro elemento do sistema climático que pode igualmente estar próximo de um limiar, a célula de revolvimento meridional do Atlântico (CRMA). Um possível colapso da CRMA causaria marcantes mudanças na distribuição de calor superficial no Atlântico, afetando intensamente a precipitação amazônica. Tais mudanças foram repetidamente registradas em arquivos geológicos. Neste projeto, nós propomos reconstituir, com resolução temporal nunca antes obtida, as mudanças climáticas e ambientais pretéritas da Amazônia e do oceano adjacente para os últimos ca. 250 ka, amparados em extensiva calibração de indicadores paleoambientais. Para tanto, serão analisados parâmetros geoquímicos, isotópicos e biológicos em (i) sedimentos fluviais modernos da América do Sul tropical para calibrar indicadores paleoambientais, e (ii) testemunhos sedimentares marinhos do oeste do Atlântico tropical para reconstituir condições climáticas e ambientais pretéritas. Este projeto aprofundará o entendimento a respeito das respostas e mecanismos internos de retroalimentação da Amazônia e do oeste do Atlântico tropical para (i) mudanças climáticas abruptas, (ii) climas mais quentes que o pré- industrial, e (iii) condições ambientais de contorno distintas das pré-industriais, colaborando na caraterização de cenários futuros para a Amazônia e o oceano adjacente. Este projeto também permitirá consolidar um grupo de pesquisa em paleoceanografia e paleoclimatologia de alto nível na EACH/USP.

Todos os projetos acima são coordenados ou tem participação do professor Ingo Daniel.

 

 Os Corpos Hídricos da UFAM: Estrutura, Qualidade da água, Gestão Territorial, Educação Ambiental e Ecologia de Vertebrados Aquáticos na Capital do Amazonas (2018-atual)

A proposta representa o esforço de professores-pesquisadores, estudantes de graduação e de pósgraduação, e profissionais recém-graduados. As pesquisas de campo serão desenvolvidas entre 07/2018 e 07/2020 em 12 corpos hídricos (igarapés) do Campus da UFAM, em Manaus/AM. Os 12 objetivos específicos propostos são complementares e abrangerão aspectos físicos, físico-químicos, biológicos e de gestão territorial desse extenso ambiente aquático. Os igarapés serão detalhadamente avaliados, incluindo análise da qualidade da água, ameaçadas antrópicas e mapeamento das Áreas de Proteção Permanente (APPs). Biologicamente serão avaliados aspectos populacionais, ecológicos e comportamentais das cinco maiores espécies de vertebrados aquáticos que ocorrem no Campus UFAM. As espécies-alvo serão duas espécies de crocodilianos (Paleosuchus trigonatus, Caiman crocodilus), duas espécies de quelônios (Rhinemys rufipes; Rhinoclemmys punctularia) e o maior peixe predador (Hoplias malabaricus) das cabeceiras dos igarapés de terra firme da Amazônia. Rastreamento por telemetria VHF será utilizada para avaliar o movimento sazonal das espécies de jacarés e de quelônios, entre outros objetivos bioecológicos. Também serão realizadas ações de Educação Ambiental sobre a relevância da conservação da malha de igarapés, incluindo um vídeo-documentário do tema Água e Ambiente no Campus UFAM.

Projeto coordenado pelo prof. Roberto César

Fim do conteúdo da página